sábado, 23 de outubro de 2010

Ao tempo...

Eu acordei aflita. Meu coração ameaçando saltar pela boca. Os olhos úmidos. Uma angústia. As pernas tremiam. Sonhei, mais uma vez, com você. E a loucura de tudo isso é a vontade de não acordar, nunca, porque quando eu abro os olhos, a realidade me grita, fria e áspera, que não vou lhe encontrar. Seus braços tão distantes dos meus e talvez, quem sabe, tão perto de alguém que não mereça o calor e a ternura dos seus abraços. E a minha cabeça gira a uma frequência que meus sentimentos não conseguem acompanhar. Meu pensamento cava o mais fundo que pode e se agarra, como uma criança com o novo brinquedo, às lembranças mais ternas de nós dois e nada do que eu diga ou faça o impede de chorar e dizer que é você que ele quer, que ninguém vai tomar o seu lugar. Enquanto isso, em toda essa busca por você, acabo me esquecendo de quem eu sou. Quero correr e fugir desse sentimento, mas aí me lembro que não é possível se esconder do próprio coração. E então o que me resta é esperar que o bondoso senhor, o tempo, com toda sua perspicácia, me pegue pela mão e me leve até onde a alegria me espera de braços abertos!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Vida...

Eu vivo!Forma estranha de começar uma frase, mas é que eu vivo mesmo. 
Viver... é um verbo complicado. Muita gente apenas sobrevive, algumas pessoas nem isso. 
Na minha humilde opinião errante, viver é saber tirar proveito de cada momento, é saber fazer de cada situação um aprendizado e, acima de tudo, saber dançar quando houver música, mesmo que ela exista apenas dentro do seu coração. 
A vida é curta, a vida é uma e muitas oportunidades também o são. 
Gente estranha essa que vive de cara fechada, que não abre um sorriso, não dá uma gargalhada, só reclama. Gente boba essa que é refém do medo, não arrisca, não toma partido, não vai atrás do que quer. 
Eu quero é sugar tudo de bom que ela, a vida, tem pra mim. 
Eu quero cantar o mais alto que eu conseguir, eu quero correr o mais longe que minhas pernas aguentarem, eu quero pular o mais alto que meus pés puderem, eu quero amar o mais profundo que o meu coração me permitir e, após tudo isso, quero poder gritar aos quatro cantos que eu fui feliz e vivi, amei, sorri, cantei, dancei – sofri, chorei, me decepcionei, mas a vitória não tem o mesmo valor quando não se enfrenta obstáculos para atingi-la. 

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Por Inteiro


Eu tô cansada. É, cansada de você, de como me faz suspirar, de como me faz sentir sua falta, de como dispara meu coração, do quão carinhoso você é. Eu tô cansada principalmente de sonhar com você, do seu nome no meu pensamento, no meu coração, no porteiro do meu prédio, em todo lugar. Mas acima de tudo, eu não consigo mais não ter você, não consigo mais não ser sua e não cabe em mim o que eu sinto. Eu desisto, mas não por covardia, não por falta de vontade, desisto porque essa é a maior prova do quanto eu gosto de você. Desisto porque sei que não é agora, não é assim, não é pra ser. Desisto de fazer mil planos, imaginar toda uma vida, querer você a cada segundo em que eu respiro. Desisto porque não quero uma parte, quero o todo, o inteiro, o exclusivo. Não quero pela metade, não quero o que sobra, não amo pela metade e só me dou por inteira quando também receber por inteiro. Frações de sentimentos não me interessam. Essa história de amar sem querer nada em troca não existe, pelo menos não em mim, na minha cabeça, no meu coração. Se é pra me tirar do chão, me coloque no colo e me leve nas nuvens. Não sei me conformar em ser mais uma... Quero ser A única. Se não for pra ser inteiro, não quero aos pedaços!
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