sábado, 23 de outubro de 2010

Ao tempo...

Eu acordei aflita. Meu coração ameaçando saltar pela boca. Os olhos úmidos. Uma angústia. As pernas tremiam. Sonhei, mais uma vez, com você. E a loucura de tudo isso é a vontade de não acordar, nunca, porque quando eu abro os olhos, a realidade me grita, fria e áspera, que não vou lhe encontrar. Seus braços tão distantes dos meus e talvez, quem sabe, tão perto de alguém que não mereça o calor e a ternura dos seus abraços. E a minha cabeça gira a uma frequência que meus sentimentos não conseguem acompanhar. Meu pensamento cava o mais fundo que pode e se agarra, como uma criança com o novo brinquedo, às lembranças mais ternas de nós dois e nada do que eu diga ou faça o impede de chorar e dizer que é você que ele quer, que ninguém vai tomar o seu lugar. Enquanto isso, em toda essa busca por você, acabo me esquecendo de quem eu sou. Quero correr e fugir desse sentimento, mas aí me lembro que não é possível se esconder do próprio coração. E então o que me resta é esperar que o bondoso senhor, o tempo, com toda sua perspicácia, me pegue pela mão e me leve até onde a alegria me espera de braços abertos!

Um comentário:

Camilla Leonel disse...

acho que o tempo podia nos dar um daqueles catalogos de viagens dizendo: pra onde você quer ir que eu ajeito isso agorinha e será a melhor viagem de todas.
rs

lindo, lindo

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